Carlinhos se diz 'perseguido'

Presidente da Câmara de Barueri volta a falar
sobre problema com procuradores municipais.
Vereadores continuam se indispondo com procuradores

A queda de braço entre os vereadores e alguns procuradores municipais de Barueri está longe de ter um capítulo final.

Na sessão da terça-feira, 28, o presidente da Casa de Leis Carlinhos do Açougue (DEM) voltou a usar a tribuna para falar a respeito da situação.

Dessa vez, o vereador se disse perseguido por dois ou três procuradores, mas novamente não quis citar os nomes.

De acordo com Carlinhos, não apenas ele, mas toda a Câmara vem sofrendo o que chama de “perseguição” por parte dos procuradores de Barueri.

“Quem veio a essa Casa de Leis por diversas vezes foram eles. Quem representou esta casa umas três ou quatro vezes foram eles. Então eu pergunto, quem é que está sendo perseguido, nós ou eles?”

O vereador Kascata (PSB) pediu uma aparte na fala de Carlinhos para manifestar seu repúdio. 

“Não entendo por que estão fazendo isso. Às vezes parece que eles vêm aqui para fazer assessoria para outros parlamentares. Não fiz nada e tenho a mesma opinião de vossa excelência,” disse fazendo referência para Carlinhos.

Em nota, a Associação dos Procuradores Municipais de Barueri (APMB) disse que “recebe com indignação as declarações do presidente da Câmara Municipal, Carlinhos do Açougue e do vereador Kascata. Após tentarem intimidar os procuradores através de ameaças públicas a sua integridade física, buscam fazerem-se de vítima dizendo sofrerem perseguição. A conduta dos vereadores já foi noticiada às autoridades e ao Ministério Público para providências criminais pertinentes ao caso. Quanto ao mais, a APMB confia na justiça e aguarda serenamente o desfecho do caso.”

Entenda o caso

Na sessão do dia 7 de junho, os vereadores Carlinhos do Açougue e Kascata usaram da palavra para fazer ameaças aos procuradores municipais. Em tom bastante crítico, os dois disseram coisas como “vou pegá-los na curva”, “eu sei onde eles nasceram e sei onde eles querem chegar. Estou 24h antenado no corpo de procuradores da prefeitura. Eu vou pegar esses caras” e “já chegou um dossiê para nós. Temos até uma denúncia de que o concurso que eles prestaram foi fraudulento. Eles que tomem cuidado. Eles vão ter o que merecem.”

Depois dessas declarações, a Associação resolveu protocolar uma queixa para que seja instaurado um inquérito policial para que os vereadores sejam ouvidos. De acordo com a associação, o inquérito precede uma ação penal pelas supostas ameaças. No entendimento do órgão esse é um tipo de ameaça de tipo especial, que se chama “coação no curso do processo” e que tem como agravante cumplicidade e abuso de poder.

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Publicado em: 01/07/2016
Texto: Fabio Oscar
Foto:Ivan Nunes / Divulgação

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